UNO Abril 2014

A Segunda Abertura Econômica na Colômbia

ibarra_2Há 20 anos, o presidente César Gaviria retomou a iniciativa de seu antecessor Virgilio Barco e decidiu abrir a economia colombiana, uma das mais fechadas da América Latina.

Com efeito, Alfonso López Michelsen, quando também foi presidente, qualificou a Colômbia como o Tibete da América Latina, e o Banco Mundial em várias oportunidades apontou o país como o mais fechado do hemisfério.

E era certo: a economia colombiana estava fechada com cadeado: seis impostos de importação; licença prévia de importação, selo de reserva de carga e portos públicos.

Além disso, ao modelo de substituição de importações se acrescentou a criação de impostos de importação departamentais, que fizeram com que a indústria se movimentasse do litoral para o interior do país buscando tanto o consumidor como procurando o não pagamento de tais impostos.

A Colômbia do futuro será bem diferente da do passado e será preciso muita inteligência e estratégia para fazer desta realidade um bom negócio para o país

Com a primeira abertura do presidente Gaviria, a Colômbia se integrou à Venezuela e ao Equador, e Bogotá se tornou o epicentro entre Caracas e Quito e entre Medellín e Cali.

Bogotá ganhou participação na atividade industrial na Colômbia e se transformou em sua capital ao passar de 23% para 34% do PIB industrial do país.

ibarra_1A segunda abertura econômica

Com a queda do mercado com a Venezuela e a diminuição das exportações ao Equador, o governo decidiu assinar acordos de livre-comércio com nossos principais parceiros comerciais, e atualmente a Colômbia tem em plena vigência TLC assinados com os Estados Unidos, a União Europeia (incluindo a Espanha) Canadá e Suíça, entre outros.

Esta nova realidade fará com que o eixo da Colômbia se movimente rumo ao litoral, cujas cidades, tanto no Atlântico como no Pacífico, serão receptoras de novos negócios de indústria e de logística, fazendo com que as cidades do interior se especializem em serviços e produtos de alto valor agregado.

Expressado de outra forma, a Colômbia do futuro será bem dife ente da Colômbia do passado, e será preciso muita inteligência e estratégia para fazer desta realidade um bom negócio para o país.

 

 

 

Martín Gustavo Ibarra
Presidente da Araújo Ibarra & Associados
Presidente da Araújo Ibarra & Associados. Advogado Sócio Economista da Universidade Javeriana. Realizou estudos de Direito Comparado na Universidade do Texas em Dallas e de Promoção de Exportações no ICE, na Itália. Participou da missão do Banco Mundial que criou as zonas econômicas especiais da China em 1983. Igualmente, ajudou na reestruturação dos mecanismos de comércio exterior e zonas francas na maioria dos países da América Latina e alguns países de Asia e África. Em 2004, recebeu o prêmio Lifetime Achievement Awards.

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